segunda-feira, 22 de maio de 2017

A PENITÊNCIA DADA PELO CONFESSOR

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

 Outra parte necessária da confissão é a SATISFAÇÃO, ou seja, a penitência imposta ao penitente pelo confessor. Dizemos que a satisfação ou penitência na confissão é parte necessária mas não essencial. Por que não é essencial? Porque sem ela o sacramento pode ser válido. Diz-se em teologia que a satisfação ou penitência é parte integrante do sacramento. Vamos dar exemplo de quando o sacramento da Penitência pode ser válido mesmo não havendo condição de se fazer a penitência: uma pessoa perto de morrer, recebe validamente o sacramento da Penitência, sem a imposição da penitência, porque o moribundo está incapacitado de a fazer.

Sendo, porém, a satisfação parte integrante, significa que ao confessar-se, se o penitente não tiver a intenção de cumprir a penitência, a confissão seria nula, pois, deve-se ter a vontade de satisfazer a penitência que o confessor impuser. Se, ao contrário, havia esta intenção ao confessar-se, e depois houvesse negligência em cumprir, a confissão seria válida, mas cometer-se-ia um pecado grave, sendo a penitência imposta em matéria grave.

Caríssimos, vamos explicar o porquê e o significado da SATISFAÇÃO ou PENITÊNCIA. Quem peca se torna culpado da falta cometida, e se torna passível da pena devida a esta falta. A absolvição, que dá depois o confessor, perdoa a falta, e ao mesmo tempo a pena eterna; e, quando o penitente tem uma grandíssima contrição, recebe também a remissão de toda a pena temporal; mas quando a sua contrição não é bastante grande, fica passível de uma pena temporal, que deve satisfazer, nesta vida ou no purgatório. Ora, o Santo Concílio de Trento nos ensina que, pela penitência sacramental não só se satisfaz a pena merecida, mas ainda se remedeiam os maus efeitos do pecado, as paixões, os hábitos viciosos , a dureza do coração, e, além disso, se adquire força para não recair. Daí compreendemos a vantagem de se confessar mais vezes, senão de quinze em quinze dias, pelo menos mensalmente.

Algumas perguntas com as devidas respostas sobre este assunto de que estamos tratando:

- Que pecado comete quem se descuida de fazer a penitência imposta pelo confessor na confissão? RESPOSTA: Devemos distinguir: se a penitência é leve, peca venialmente; se é grave, peca mortalmente. Quem sente muita dificuldade em cumprir a penitência recebida, pode fazê-la mudar pelo mesmo confessor ou por um outro.

2ª - Pode acontecer que realmente o penitente, dadas as circunstâncias em que se acha, não tenha condição de fazer tudo o que o confessor mandou, então o que fazer? RESPOSTA: O melhor é ali mesmo na hora da confissão, expor para o confessor as dificuldades que terá em cumprir aquela penitência que acabou de lhe impor. E deve dizer assim: Padre, temo não poder fazer esta penitência,  peço que me dê outra. É melhor agir assim do que ficar calado, e aceitar a penitência e depois não fazer nada.

3ª - Em que tempo devemos cumprir a penitência? RESPOSTA: No tempo prescrito pelo confessor; e, se este nada determinar a tal respeito, deve-se cumpri-la logo: pois, quando a penitência é grave, principalmente sendo medicinal, seria grave falta diferi-la por longo tempo.

4ª - Quem, depois da confissão, tivesse a desgraça de recair em um pecado grave, teria ainda de fazer a penitência imposta? REPOSTA: Sim, seria ainda obrigado a isso.

5ª - E a penitência assim feita, em estado de pecado, é satisfatória? RESPOSTA: Sim, é satisfatória.


Infelizmente pode acontecer que haja pessoas que não fazem a penitência imposta pelo confessor. Ou, então, vão adiando, e acabam se esquecendo. Sabei, caríssimos, que se não cumprirdes a vossa penitência neste mundo, tereis de fazer uma muito maior no purgatório. Por isso, devemos considerar a penitência do confessor muito pequena em comparação do castigo que merecemos, e devemos tomar aquela penitência imposta pelo confessor mais como uma lembrança de que devemos fazer mais penitências. Daí está respondida já uma outra pergunta: se a gente pode fazer mais ou maior penitência do que aquela imposta pelo confessor? Respondo: Pode e é sumamente aconselhável que o faça, desde que tenha a discrição para não fazer nada que prejudique à saúde, e faça tudo com muita humildade e reta intenção. 

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