sexta-feira, 3 de março de 2017

ATOS DO PENITENTE

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

É evidente que, para a confissão ter valor, é necessário que o penitente apresente todas as boas disposições e faça, antes, durante e depois os atos necessários.

Pois bem! Este sacramento, para ser bem recebido, exige principalmente cinco coisas da parte do penitente:

1.       A DOR dos pecados cometidos, com O BOM PROPÓSITO de não mais cometê-los.

2.       A CONFISSÃO inteira das faltas cometidas. Mas, para que o penitente possa confessar todos os seus pecados, e conceber deles uma verdadeira dor, deve fazer anteriormente com cuidado O EXAME DE CONSCIÊNCIA.

3.       A SATISFAÇÃO, ou o cumprimento da penitência imposta pelo confessor.

Comecemos pelo EXAME DE CONSCIÊNCIA,  que é realmente a primeira coisa que o penitente deve fazer. O que vou escrever sobre este assunto, é inteiramente inspirado nos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, o maior doutor da Igreja em Teologia Moral.

Neste ponto, devemos explanar duas questões: 1ª - Como é preciso fazer este exame? E 2ª - Desde quando se deve fazer?

1. COMO É PRECISO FAZER O EXAME DE CONSCIÊNCIA? Caríssimos, é preciso fazê-lo COM CUIDADO. Neste particular há quem peca por excesso e quem peca por falta. Em outras palavras: há quem se examina demasiadamente, e outros não fazem o suficiente.

Os primeiros são os escrupulosos, que se examinam sempre, e não estão nunca satisfeitos. Assim preocupados, aplicam-se pouco em conceber uma verdadeira dor de suas faltas e o bom propósito de corrigir-se; e depois, estes escrupulosos tornam-lhes odioso o próprio sacramento a ponto de para eles ir a confissão é equivalente a ir a um martírio.

Na verdade, o exame de consciência para a confissão não exige um cuidado extremo; basta que se o faça COM CUIDADO, procurando lembrar-se de todos os pecados cometidos depois da última confissão. Entretanto, como ensina Santo Afonso, este exame deve ser proporcionado ao estado da consciência do penitente: se não se confessou desde muito tempo, e tem caído em várias faltas graves, deve dar-lhe mais cuidado; mas, si se confessou há pouco tempo, e não cometeu senão pequeno número de faltas, seu exame exige menos indagações, e assim são suficientes poucos minutos de exame. Se finalmente, depois de um exame cuidadoso, reste algum pecado do qual não se lembrou, contanto que tenha um arrependimento geral de todas as faltas cometidas, este pecado esquecido é perdoado com os outros: somente, se for lembrado depois, há obrigação de o declarar na confissão seguinte. Não é preciso se confessar logo que lembrou do pecado que tinha esquecido na confissão, basta que na confissão seguinte que fizer, conte o pecado que, na verdade, já está perdoado, mas deve ser submetido ao poder das chaves.

Quando o confessor ordena a uma pessoa escrupulosa que não repita certas coisas na confissão, ele deve calar-se e obedecer. São Filipe Nery dizia: "Aqueles que desejam fazer progressos no caminho de Deus devem obedecer ao seu confessor, que ocupa o lugar de Deus; quem procede assim está certo de não dar a Deus conta do que faz". E São João da Cruz: "Não obedecer à decisão do confessor é orgulho e falta de fé".  Realmente, porque o Senhor disse aos seus ministros: "Quem vos ouve a mim ouve".


Se há consciências escrupulosas, há também as que são laxas. Os escrupulosos, se obedecem ao confessor, se curam e podem estar seguros, porque têm facilidade em chegar a possuir a consciência ideal que é a DELICADA.  Assim, a situação dos que têm consciência laxa, é bem mais perigosa. Pois, cometem pecados mortais sem número, e esquecem-se facilmente deles, porque não se comovem o suficiente. Fazem o pecado com a mesma facilidade ( para não dizer naturalidade), com que se estivessem bebendo um copo d'água. Depois se acusam apenas daqueles que lhes vêm à mente no momento da confissão, de modo que às vezes não é confessada nem a metade das faltas. Tais confissões nada valem; melhor seria que não fossem feitas. Devemos pedir muito a Deus uma consciência reta, certa e delicada!

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