sábado, 11 de março de 2017

A CONFISSÃO GERAL PODER SER PREJUDICIAL, INÚTIL OU ÚTIL

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

1. É PREJUDICIAL:  A confissão geral para os escrupulosos, podemos dizer que é prejudicial. As almas escrupulosas são obrigadas a sujeitar-se, neste ponto, às decisões do seu confessor.

2. É INÚTIL às pessoas que já as têm feito várias vezes com todo o cuidado conveniente, e que continuam a fazer bem as suas confissões ordinárias.

3. É ÚTIL: Salvo raras exceções, podemos dizer que a confissão geral, mesmo que não fosse necessária, é útil a todos os fiéis, principalmente àqueles que nunca a fizeram. Quem já a fez bem feita, sobretudo no tempo mais propício que é o Retiro, e depois ficou inteiramente tranqüilo, não precisa fazer senão confissão extraordinária, ao seja, a partir da confissão geral bem feita. É o que fazem as pessoas que todos os anos têm a graça de participar do Retiro. Só no primeiro retiro se faz a confissão geral. Os santos recomendam a confissão geral nas épocas mais importantes da vida, por exemplo: na primeira comunhão, em tempo de missão, no retiro, antes de entrar para a vida religiosa, e, principalmente no leito de morte.
Caríssimos, nada mais vantajoso que a confissão geral, quando é feita com cuidado e preparada com reflexão e oração, sobretudo quando feita no Santo Retiro. Para várias pessoas é o começo e o fundamento de vida melhor. Uma senhora, fazendo retiro, escreveu a sua confissão geral. Ora, no momento em que acabava de meditar no inferno e estava muito comovida com o pensamento dos suplícios eternos, lançou os olhos sobre o papel em que tinha escrito todos os pecados da sua vida. `A vista de tantas faltas, exclamou: "Oh! quanta lenha para o fogo eterno! Não haveria meio de a destruir?" Esta reflexão determinou-a a renunciar para sempre às frivolidades do século e a levar vida retirada e edificante.

Além disso, a confissão geral repara as negligências e os defeitos que se deixam passar tão facilmente nas confissões ordinárias, alivia essas mil inquietações e essas dúvidas que por vezes assaltam a consciência; anima a alma adormecida no serviço de Deus, vivendo na tibieza e na frouxidão; enfim, redobra o ardor daqueles que trabalham para a sua perfeição. S. Carlos Borromeu costumava fazê-la todos os anos. S. Francisco de Sales, entre outros elogios que faz da confissão geral, diz: "Ele nos inspira salutar confusão da nossa vida passada, e nos faz admirar os rasgos da misericórdia de Deus, que nos excitam a amá-Lo e a servi-Lo com mais fervor".
A confissão geral é muito particularmente uma fonte de paz para o hora da morte. Oh! que consolação para um moribundo ter feito bem as suas contas em plena saúde! O homem sensato tem cuidado de prover a tempo o seu futuro. No reino de Aragão, um fidalgo da corte foi lançar-se aos pés de um missionário, e lhe disse: "Padre, eu queria fazer uma confissão geral". O padre lhe perguntou qual o motivo que o induzia a essa resolução. "Ah! respondeu ele suspirando: não devo morrer? Então, depois de ter levado uma vida tão criminosa, como poderia eu morrer tranquilamente sem ter feito uma confissão geral com todo o cuidado possível? Se espero, continua ele, o último momento, minha mulher, meus filhos, as ocupações, o temor da morte, a moléstia, tirar-me-ão a presença de espírito: que imprudência a minha, deixando para fazê-la no meio de tantas penas e embaraços! Consenti que eu aproveite uma tão boa ocasião".

Caríssimos, procedamos como este homem sensato. Se ouvirmos a voz de Deus, não endureçamos o nosso coração. Aquele fidalgo, ouviu a inspiração da graça, e esta não foi vã para ele. Segui-a imediatamente. Façamos o mesmo! E assim a confissão geral será para nós, como afirmam os santos, um segundo batismo, uma quitação de todas as nossas dívidas para com a justiça divina, um passaporte em regra para a entrada no céu. Amém!

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