sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

OS SANTOS PADRES E O SACRAMENTO DA CONFISSÃO

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA
Santo Ambrósio (séc. IV) dizia: "Segundo a declaração de Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que tem o poder de ligar tem também o de desligar. É um direito reservado exclusivamente aos padres. Os verdadeiros padres são os que a Igreja ordena. Aquele que recebeu o Espírito Santo pela ordenação, recebeu o poder de ligar como o de desligar os pecadores. Porque está escrito: recebei o Espírito Santo, os pecados serão remitidos a quem os remitirdes e retidos a quem os retiverdes. Deus prometeu a todos a sua misericórdia, e deu a todos os seus padres o direito ilimitado de conceder perdão (De poenit., c. 2). Deus conhece tudo, mas espera a vossa confissão, não para vos castigar, mas para vos perdoar" (Procec.).

Orígenes, (+ 254), disse: "Declararei a minha iniquidade. Já dissemos, mais de uma vez, que por essas palavras devemos entender a confissão dos pecados. Assim, vede o cuidado que a Escritura toma em dizer-nos que não se devem esconder os pecados no coração. Assim como se procura alívio vomitando a bílis que sobrecarrega o estômago, assim os que escondem os pecados no coração ficam como sufocados e não podem ser curados senão pela acusação de suas faltas: é uma espécie de vomitório salutar. Examinai somente, com cuidado, qual será aquele a quem ides de preferência confessar os vossos pecados. Escolhei, antes de tudo, um médico a quem possais expor as vossas enfermidades espirituais, que saiba chorar e sofrer convosco, e segui exatamente todos os conselhos que ele vos der" (Hom. em Os. 37).

Vamos ouvir agora um bispo do século 3º e que foi a honra da Igreja da África, São Cipriano: Ele louva os que, culpados de pecados por pensamento, vão confessar-se aos ministros de Deus, com dor e simplicidade, descobrindo os segredos de sua consciência (Cf. O. De Lapsis).

Tertuliano (séc. II): "Muitos evitam confessar os seus pecados porque têm mais cuidado com a sua honra do que com a sua salvação. Imitam esses doentes que, acometidos de um mal secreto, o escondem ao médico, deixando-se assim morrer, Será, pois, preferível condenar-vos escondendo os vossos pecados, do que salvar-vos confessando-os? (De Poenit. c. 10).

São Clemente, sucessor de S. Pedro, dizia no 1º século: "Aquele que tem cuidado com sua alma, não tenha vergonha de confessar os seus pecados afim de obter o perdão. S. Pedro, acrescentava ele, mandou descobrir aos Padres até os maus pensamentos. Enquanto estamos sobre a terra, convertamo-nos, pois, uma vez na eternidade, não poderemos mais confessar-nos nem fazer penitência" (In Epist. 2 ad Cor.).

Enfim escutemos S. João Evangelista, ele que recebeu diretamente da boca do próprio Filho de Deus a instituição do Sacramento da Penitência: "Se confessarmos os nossos pecados, Deus, que é justo e fiel, nos perdoará" (1 João, I, 9). Por estas palavras, diz Santo Afonso, deve-se entender a confissão sacramental. Segundo o mesmo santo Doutor da Igreja, vemos na Escritura os primeiros cristãos acusando-se aos pés dos Apóstolos. Os cristãos efésios, que tinham abraçado a fé, e, por conseguinte, recebido o batismo, assustados com os castigos infligidos aos profanadores do nome de Jesus, vinham, diz S. Lucas, em grande número, confessar e declarar a Paulo o que tinham feito, não seus milagres, como diz tolamente Lutero, mas sim seus pecados e ofensas, como diz a versão siríaca, e como o exige o contexto: e vários, que se entregaram a vãs curiosidades, trouxeram seus livros e os queimaram em presença de todos (Atos, XIX, 18). - A confissão existe, pois, desde o tempo dos Apóstolos.

Caríssimos, onde está, pois, o poder que levou os fiéis, há 20 séculos a confessarem aos sacerdotes as suas faltas e pecados? Ele se acha nestas palavras que Jesus Cristo disse aos apóstolos e aos seus sucessores no sacerdócio: "Os pecados serão remitidos a quem os remitirdes, e serão retidos a quem os retiverdes".


Conclusão: Portanto, caríssimos, a Confissão vem de Deus, foi Nosso Senhor Jesus Cristo que a instituiu: Confira S. João XX, 21 a 23. Está muito claro, e por isso, os Santos Padres, os Concílios, enfim toda Tradição da Igreja sempre o reconheceu. E é bom notarmos que este sacramento só existe na verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja, Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário