sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

EFEITOS DO SACRAMENTO DA CONFISSÃO

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA

Em artigos anteriores já tive oportunidade de mostrar como o Sacramento da Penitência constitui a obra prima da misericórdia  divina. Ao tratar dos efeitos da confissão poderemos constatar ainda melhor esta verdade. É óbvio que todas os maravilhosos efeitos da confissão se dão quando o pecador está bem disposto. Do contrário, é claro, este grande remédio, seria transformado pelo pecador, em veneno, ou, no mínimo o inutilizaria.

PRIMEIRO EFEITO: O perdão de todos os pecados cometidos depois do batismo. É de fé, pois Nosso Senhor Jesus Cristo disse: "Os pecados serão perdoados àqueles a quem vós os perdoardes" (S. João XX, 23). Assim, pois, no mesmo instante em que o confessor diz: Ego te absolvo...etc., m pecador, por mais criminoso que seja, deixa de ser pecador diante de Deus: todos os seus pecados são apagados, contanto, como já acabamos de notar, que ele tenha as disposições necessárias. E, caríssimos, e necessário ressaltar que os pecados são APAGADOS,  e não ENCOBERTOS, como loucamente têm pretendido os protestantes. S. João Batista dizia mostrando o Salvador: "Eis o Cordeiro de Deus que apaga (tira) os pecados do mundo" (S. João I, 29). O que é encoberto existe ainda; o que é apagado é inteiramente destruído.

E absolvição apaga os pecados para toda a eternidade. É o que significam estas palavras das Sagradas Escrituras: "Deus lançará todas as nossas iniquidades no fundo do mar (Miquéias VII, 19). "Vós lançastes meus pecados para traz das vossas costas" (Isaías, XXXVIII, 17). "Se o pecador fizer penitência, não me lembrarei mais das iniquidades que cometeu" (Ezequias, XVIII, 21). E isto não uma vez, nem sete vezes, porém, tantas quantas o pecador se confessar com arrependimento, como o decretou o Santo Concílio de Trento.

Além disto a absolvição perdoa todos os pecados, por mais numerosos e por mais enormes e extraordinários que sejam: "TUDO que desligardes na terra, será desligado no céu" (S. Mateus XVI). Quem diz TUDO não excetua coisa alguma.


Um exemplo: Uma mulher de má vida, atravessando um dia uma igreja para encurtar seu caminho, viu um grande número de pessoas que entravam com ânsias, e que pareciam estar à espera de alguma coisa extraordinária. Curiosa por saber o que se ia passar, tomou lugar como as outras; e aumentando a multidão ela achou-se logo cercada de tal modo, que lhe foi de todo impossível retirar-se. Algum tempo depois, um missionário subiu ao púlpito, e pregou sobre a bondade de Deus para com os pecadores. Ele repetia várias vezes: "Para todo o pecado há misericórdia, contanto  que o pecador se arrependa dele". Aquela mulher, que tudo tinha escutado com atenção, prendeu-se principalmente a essas palavras que a tinham tocado. Assim que terminou o sermão, ela atravessou a multidão aproximando-se do pregador. No momento em que este descia do púlpito, disse-lhe pressurosa: "é verdade, padre, que para todo o pecado há misericórdia?  -  Nada mais certo, respondeu ele; Deus perdoa a todos os pecadores contanto que se arrependam.  - Mas, replicou a mulher, há várias espécies de pecadores; Deus perdoará a todos indistintamente?  -  Sim, respondeu o pregador, contanto que eles detestem todos os seus pecados.  - Perdoará Deus a mim, que há 15 anos cometo os maiores pecados?  -  Sem dúvida, se quiserdes arrepender-vos e não cometê-los mais.  -  Se assim é, peço-vos marcar-me uma hora para me ouvir em confissão.  - Ouvir-vos-ei hoje mesmo, preparai-vos, que estarei às vossas ordens daqui a pouco". O missionário voltou alguns instantes depois, para ouvi-la. A confissão da pecadora durou muito tempo, terminando só à noite. Antes de retirar-se, ela disse: "Padre, não posso voltar para casa sem me expor ao perigo de cair nos mesmos pecados. Não poderíeis procurar-me um asilo para este noite? O missionário mostrou-lhe como isto não podia em hora tão avançada. Resolveu-se então a mulher a ficar na igreja até o dia seguinte, sendo que no dia seguinte foi encontrada morta, em uma capela dedicada â Santíssima Virgem; estava de joelhos, com a face prostrada sobre o chão molhado das lágrimas que ela tinha derramado. Chorara tão amargamente os seus pecados, que morrera de dor. 

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