sábado, 3 de dezembro de 2016

CONFISSÃO, SEGUNDA TÁBUA DEPOIS DO NAUGRÁGIO


Caríssimos, a primeira tábua de salvação é o santo Batismo. Em se tratando do batismo de adultos, como era mais freqüente e comum nos primórdios do Cristianismo, por causa da conversão dos pagãos, o batismo, digo, elimina o pecado original (mas não a concupiscência) e perdoa todos os pecados e penas temporais por eles devidas. Mas o Batismo não se reitera, ou seja, só se recebe uma vez. Assim sendo, se os homens fossem capazes de ter a felicidade de não pecar mais, e, portanto, conservassem a inocência, não seria necessário outro sacramento para perdoar pecados. Mas Deus conhecendo nossa fragilidade e prevendo as nossas quedas, em sua infinita misericórdia, estabeleceu um remédio para fazer reviver os fiéis que recaíssem sob o poder do demônio ao cometer o  pecado. Este remédio é o sacramento da Penitência, que, por isso, mesmo é chamado a segunda tábua de salvação. E, como teremos ensejo de meditar em outras postagens, este sim, pode ser repetido, não só sete vezes como pensava São Pedro, mas setenta vezes sete, isto é, sempre, desde, é claro, que o penitente esteja sempre sinceramente arrependido e faça a confissão com todas as condições requeridas; o que teremos ocasião também de ainda meditarmos.

Quero, caríssimos, lembrar aqui, de passagem apenas, que a Penitência pode ser considerada como VIRTUDE, e como SACRAMENTO. Como virtude moral leva a alma a detestar o pecado, por ser uma ofensa a Deus, e de formar o firme propósito de evitá-lo para o futuro, e de satisfazer à justiça divina. É sobrenatural, interior, universal, isto é, abrangendo todos os pecados mortais, e é máxima, ou seja, por ela detestamos o pecado acima de tudo, pois é o mal absoluto.

A Penitência como Sacramento foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo em forma de julgamento, para perdoar pela absolvição sacramental os pecados cometidos depois do batismo, aos fiéis que os confessarem com verdadeira contrição.

A virtude da penitência é indispensável desde o pecado de Adão e sê-lo-á até o fim do mundo para a reconciliação com Deus. Assim, para obter-se o perdão dos pecados foi e será sempre necessário, e indispensável como meio para a salvação, que se detestem os pecados, que se tenha firme propósito de não mais os cometer e de satisfazer desta forma à divina Justiça ofendida. Antes de Nosso Senhor Jesus Cristo, nenhum pecador podia obter o perdão senão pela virtude da penitência. Mas, depois que Jesus Cristo elevou a virtude da penitência à dignidade de sacramento, a simples virtude da penitência não basta, como no Antigo Testamento, para perdoar os pecados, mas é necessário, como meio indispensável para a salvação, receber o sacramento, ao menos em desejo, como já foi explicado. Assim, quando sinto verdadeira dor de minhas faltas com a firme vontade de não mais cometê-las para o futuro, e de satisfazer à divina Justiça, tenho a virtude da penitência. Se em seguida, penetrado dos mesmos sentimentos, for confessar ao sacerdote, com sua absolvição, recebo o sacramento da penitência.


Caríssimos, como devemos lamentar a ignorância daqueles que pretendem receber o sacramento da Penitência, sem ter nenhum espírito de penitência!!! Às vezes, talvez mais do que a ignorância, é a tibieza, a rotina, o costume, a formalidade o responsável motivo de confissões nulas. E é bom notar desde já, quando o pessoa tem consciência de que não possui a virtude da penitência, e mesmo assim, mais por que tudo mundo está indo se confessar, e vai também, neste triste caso, a confissão, além de nula, é outrossim sacrílega, porque é um abuso de uma coisa santa qual é o Sacramento. Que Deus nos livre de tal coisa tão grave e tão desastrosa! Amém!

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