sábado, 17 de setembro de 2016

A GRAÇA



   NECESSIDADE DA GRAÇA.

   Firmada em vários textos bíblicos, os quais podem resumir-se nesta palavra de Jesus: Sem mim não podeis fazer nada (João XV-5), a Igreja nos ensina a necessidade da GRAÇA para a salvação. Necessidade absoluta, porque ninguém pode entrar no Céu sem a graça santificante; é preciso possuir a VIDA sobrenatural da GRAÇA, para entrar na VIDA sobrenatural da GLÓRIA CELESTE. E para praticar a virtude, é necessária a ajuda constante da GRAÇA ATUAL, a qual Deus sempre nos oferece, porque quer salvar a todos. 

   A ninguém, que esteja de boa fé, é negada a possibilidade de conseguir a graça santificante: embora sejam os sacramentos do Batismo e da Penitência os meios ordinários para adquiri-la ou recuperá-la, até os próprios pagãos que nunca tiveram conhecimento de Cristo, dela podem ser revestidos, desde que, crendo em Deus Remunerador, tenham também as disposições necessárias para recebê-la. E para conseguirem ou conservarem esta GRAÇA SANTIFICANTE, Deus lhes dá também A GRAÇA ATUAL suficiente, pois Deus quer a salvação de todos, de ninguém exigindo o que é impossível. Não há, portanto, no ensino da Igreja, nenhum vestígio da revoltante doutrina de que Deus predestina certas almas para o inferno, doutrina esta que é ensinada por muitos protestantes.

   E sobre este assunto da influência da graça na salvação, nós, católicos, que contra os protestantes sustentamos a necessidade da fé, no legítimo sentido da palavra, nós que sustentamos a necessidade das nossas obras, que uns têm negado de fato e abertamente, e outros apenas fingem negar, nós temos ainda que defender contra MUITOS PROTESTANTES  a necessidade da graça, que, antes de tudo, é um DOM SOBRENATURAL. Já dissemos que, no 5º século, a Igreja teve que condenar a heresia dos pelagianos, os quais afirmavam poder o homem salvar-se por suas próprias forças naturais, sem o auxílio sobrenatural da graça. Pois bem, muitos protestantes, indo ao extremo oposto com relação aos demais, têm renovado lamentavelmente o erro de Pelágio. São os Socinianos, Unitários e Protestantes Liberais que usam este nome GRAÇA mas adulteram de tal forma a sua noção, que na realidade a negam por completo. São protestantes que negam a divindade de Cristo, considerando-O como um simples homem. Para eles a graça consiste apenas em Cristo nos instruir com sua doutrina sublime e nos confortar com seu maravilhoso exemplo. Deste modo, na doutrina deles, a graça deixa de ser um dom sobrenatural, uma força interior, para ser apenas um estímulo externo que tanto vem de Cristo como poderia vir de outro homem qualquer que nos ensinasse uma bela doutrina e nos edificasse com um notável exemplo de virtude.

   Quantos estragos tem feito o livre exame na doutrina do Evangelho!

   

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