quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

A CERTEZA DA SALVAÇÃO - ( 40 )

   109.  DIANTE DA REALIDADE. 

   Não se trata aqui de saber se a certeza absoluta de salvação adquirida já nesta vida seria ou não mais agradável para nós; o que interessa à Sabedoria e à Providência de Deus é o que vem a ser para nós mais útil e proveitoso. Se não temos segurança absoluta neste sentido, isto nos conserva mais humildes, mais desconfiados de nossas próprias forças, mais necessitados de implorar o socorro divino, mais ativos e vigilantes no serviço de Deus, porque o soldado, tendo certeza absoluta da vitória, perderia muito de seu estímulo para a luta contra o inimigo.

   Nem se trata de uma religião procurar atrair adeptos prometendo uma segurança absoluta, porém imaginária e sem fundamento, assim como os candidatos caçam votos, fazendo promessas ilusórias, às vésperas das eleições.

   Trata-se de encarar a realidade, tal qual nos é apresentada pelos textos da Escritura, os quais não nos mostram os que creem em Cristo como imutáveis, mas ao contrário como sujeitos a perder a fé ou a recair na escravidão do pecado, o que é confirmado pela experiência pessoal da nossa própria fraqueza: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca (Mateus XXVI-41).

   E se São Paulo nos ensina que não há condenação para os que estão em Jesus Cristo, os quais não andam segundo a carne (Romanos VIII-1), em vez de querermos antecipar em nosso favor a sentença definitiva que só pode ser dada depois da nossa morte pelo Supremo Juiz, todo o nosso empenho deve ser viver EM CRISTO, não só pela verdadeira fé (e verdadeira fé consiste em sujeitarmos o nosso modo de ver aos ensinos de Cristo e não em torcê-los com a torquês do livre exame, para que se acomodem ao nosso modo de ver e ao nosso pensamento), não só pela verdadeira fé, como dizíamos, mas também pela prática da caridade, da castidade e das demais virtudes, evitando as obras da carne. Deus não nos faltará jamais com ajuda de sua graça para nos conservar no bom caminho; cooperemos com a sua graça até o fim, porque só no fim é que nos poderemos julgar definitivamente possuidores do prêmio eterno da glória celeste: Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida (Apocalipse II-10). 

  Término do CAPÍTULO QUINTO. 

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