quinta-feira, 1 de setembro de 2016

PROFISSÃO DE FÉ - (continuação)

CREMOS que a Missa, celebrada pelo sacerdote, que representa a pessoa de Cristo, em virtude do poder recebido pelo sacramento da Ordem e oferecida por ele em nome de Cristo e dos membros do seu corpo Místico, é o sacrifício do Calvário, tornado sacramentalmente presente sobre os nossos altares. Cremos que, como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, foram mudados no seu Corpo e no seu Sangue, que iam ser oferecidos por nós na Cruz, assim também o pão e o vinho consagrados pelo sacerdote se mudam no Corpo e no Sangue de Cristo glorioso que está no céu; e cremos que a misteriosa presença do Senhor naquilo que continua a aparecer aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial ( 33 ). 
   Cristo não pode estar assim presente neste Sacramento senão pela mudança no seu Corpo da realidade mesma do pão e pela mudança no seu Sangue da realidade mesma do vinho, permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que os nossos sentidos percebem. Esta mudança misteriosa é denominada pela Igreja, de modo muito apropriado, "transubstanciação". Toda explicação teológica que procura alguma compreensão deste mistério deve, para estar de acordo com a fé católica, admitir que na própria realidade, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho cessaram de existir depois da consagração, de tal modo que estão realmente diante de nós o Corpo e o Sangue adoráveis do Senhor Jesus, sob as espécies sacramentais do pão e do vinho ( 34 ), conforme Ele assim o quis, para se dar a nós em forma de alimento e para nos associar à unidade do seu Corpo Místico ( 35 ).
   A única e indivisível existência do Senhor glorioso que está no céu não é multiplicada, mas torna-se presente pelo Sacramento, em todos os lugares da terra onde a Missa  é celebrada. E permanece presente, depois do sacrifício, no Santíssimo Sacramento, que está no Sacrário, coração vivo de cada uma das nossas igrejas. E é para nós dulcíssimo dever honrar e adorar, na sagrada Hóstia, que os nossos olhos vêem, o Verbo Encarnado, que eles não podem ver e que, sem deixar o céu, se tornou presente no meio de nós.

   NOTAS: ( 33 ) Cfr. Dz-Sch. 16, 51.  -  ( 34 ) Cfr. Dz-Sch. 1642, 1651-1654; Paulo VI, Enc. Mysterium Fidei.  ( 35 ) Cfr. Santo Tomás, III, 73, 3

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