domingo, 27 de outubro de 2013

O REINADO SOCIAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

   O Papa Leão XIII na Encíclica "Immortale Dei" condena o que ele chama de "direito novo" segundo o qual, em nome da igualdade e dignidade comuns a todos os homens, rejeita-se qualquer autoridade, cuja origem não seja a mesma vontade humana: "Segue-se que o Estado, não se julga vinculado a nenhuma obrigação para com Deus, não professa oficialmente nenhuma religião... deve apenas a todas atribuir igualdade de direito civil, com o único fim de impedi-las de perturbar a ordem pública". Desaparece assim a realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo e, consequentemente se dificulta enormemente a salvação das almas. Na outra Encíclica "Humanus Genus" Leão XIII denuncia o Estado leigo, rigorosamente neutro em matéria religiosa, como o meio considerado apto pelas forças secretas para aniquilar e "destruir toda disciplina religiosa e social" cristãs. As forças secretas inculcam deste modo, que "nas diversas formas religiosas, não há razão alguma de se preferir uma à outra, pois todas devem ser postas em pé de igualdade". E adverte o Papa: "semelhante princípio basta para arruinar todas as religiões, e particularmente a Religião católica, porquanto sendo a única verdadeira, não pode ela, sem sofrer a última das injúrias e das injustiças, tolerar lhe sejam igualadas as outras religiões". Daí o laicismo do Estado, "o grande erro do tempo presente". Para o Estado laico, o cuidado da Religião é algo inteiramente indiferente. Em um semelhante Estado, é impossível o Reino de Jesus Cristo. São Pio X na Carta Apóstolica "Notre Charge apostolique" diz: "Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há verdadeira moral sem verdadeira religião". "A verdade, dizia ainda São Pio X, é "una e indivisível, eternamente a mesma, e não se submete aos caprichos dos tempos" ( Enc. "Iucunda Sane", 1904). A ordem moral das ações leva em conta as deficiências humanas, á imitação da paciência divina que dissimula os pecados dos homens em vista de sua penitência e conversão (Cf. Sab. XI, 23). Há uma prudência no agir que pede certa indulgência, mas nunca se pode fazer o mesmo com relação à verdade. Esta é intransigente: não admite divisões e amortecimentos. A verdade, pois, não está no campo do agir. Ele é da ordem do ser, do que é ou não é. Portanto, uma condescendência com a fragilidade humana que transponha o princípio prudencial do agir para a ordem do ser e da verdade, através de meios termos que não são certos, mas que não aparecem abertamente errados, uma espécie de meia verdade, isto, digo, mina e destrói a Fé na mente dos fiéis. Sabemos, no entanto, que há pessoas que, ao surgirem sistemas falsos, procuram uma acomodação, um compromisso com tais ideologias, através de movimentos apostólicos, mas suficientemente vagos e indecisos para não ferirem a susceptibilidade dos que estão de fora do grêmio da Igreja. São na verdade inimigos  infiltrados nas fileiras da Igreja para solapar-lhe o edifício da Fé. É o que se chama quinta coluna. Assim, por exemplo, o tristemente célebre Erasmo de Rotterdam, com o seu pérfido principio: "Todo homem possui a teologia verdadeira". Digo, pérfida, porque no bojo dessa sentença está a afirmação de que, em última análise, há uma concordância religiosa profunda entre todos os homens, apesar de suas divergências doutrinárias. Pois somente assim se compreenderia que "todo homem possui a teologia verdadeira". Como conseqüência, não haveria motivo para conflito entre religiões opostas. Não passariam de manifestações diversas da mesma teologia verdadeira que todo homem possui. Com o diálogo, acabaríamos encontrando em todos uma identidade única na base das diferenças. Seguir-se-ia que a melhor maneira de agir com novas teorias religiosas, com crenças não católicas, seria evitar colisões, polêmicas, acirramentos de posições, e manter-se, como se diz vulgarmente, em cima do muro não porque não tenha decidido, mas porque decidiu aceitar todos os credos. Dizem que há uma concordância, um fundo comum. Em outras palavras, estes liberais querem, na verdade, dizer que não há erros. Há só distorções. Caríssimos e amados leitores, quão distante, não só da razão natural mas também da Revelação cristã, está tal maneira de pensar! O Beato Pio IX escreveu a Encíclica "Quanta Cura" e compôs um elenco de todos os erros do indiferentismo religioso e da liberdade de todos os cultos. É o "Syllabus". Aí o grande Pontífice da Imaculada Conceição e do 1º Concílio Vaticano, condena categoricamente a tese do laicismo do Estado: "Estas perversas opiniões, escreve Pio IX, são especialmente para detestar, porque visam suprimir a virtude salutar que a Igreja Católica, por instituíção e mandato de Seu Divino Autor, deve livremente, até a consumação dos séculos, infundir não somente nos indivíduos, como também nas nações, nos povos e nos governantes. Como corolário, também colimam tais opiniões, afastar a harmonia e concórdia existente entre o Sacerdócio e o Império, que foi sempre fecunda em benefício tanto da vida espiritual, como da civil". Para terminar citarei apenas duas proposições que Pio IX condena na Encíclica "Quanta Crura": "a forma mais perfeita do Estado e o progresso civil exigem imperiosamente que a sociedade humana seja constituída e governada sem consideração alguma à Religião, e como se esta não existira, ou ao menos, sem fazer diferença alguma entre a verdadeira Religião e as religiôes falsas". "E, continua Pio IX, contradizendo a doutrina da Sagrada Escritura, da Igreja e dos Santos Padres, não temem afirmar que "o melhor governo é aquele no qual não se reconhece ao poder político a obrigação de reprimir com sanções penais os violadores da Religião católica, salvo quando a tranqüilidade pública assim o exija" (Enc. "Quanta Cura" de 8-12-1864).
   Depois, se Deus quiser, mostraremos que as Declarações "Dignitatis Humanae" e "Nostra Aetate" aprovam o que Pio IX condenou como contrário à Sagrada Escritura, à Tradição da Igreja, e aos Santos Padres. O Santo Padre Bento XVI, quando ainda cardeal declarou que a "Dignitatis Humanae" e a "Nostra Aetate" eram um "Anti-Syllabus".
   Nunca esqueçamos as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: "QUEM NÃO ESTÁ COMIGO, ESTÁ CONTRA MIM".
   Saibam os inimigos do Reino Social de Nosso Senhor Jesus Cristo que Ele há de reinar sempre: ou pelos benefícios, graças e bênçãos que vêm da Sua presença; ou pelos males que advêm da Sua ausência.
VIVA CRISTO REI!!!

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