segunda-feira, 24 de outubro de 2011

JESUS, SACRIFICADOR E VÍTIMA

   Nos sacrifícios do Antigo Testamento, o sacerdote era distinto da vítima. Escolhia-se como vítima para os sacrifícios sangrentos, que eram considerados os mais perfeitos, um ser vivo, normalmente um animal doméstico, que era mais indicado para substituir o homem, visto que lhe pertencia. Este animal era oferecido a Deus, segregado de todo o uso profano, e consagrado ao serviço e honra da divindade. Era em seguida imolado, para mostrar que o pecador, depois de ofender a Deus, já não tem direito de viver e merece a morte. Depois de ser queimado, em certos sacrifícios, uma parte da vítima, comia-se a outra porção, para comungar assim com a vítima e, por ela, com a divindade. A união com Deus, despedaçada pelo pecado, era, portanto, após a glorificação da divindade, o fim a que tendia o sacrifício.
  Assim, pois, três atos principais constituíam o sacrifício: a OBLAÇÃO, a IMOLAÇÃO, a COMUNHÃO, também chamada consumação.
   Todos estes sacrifícios eram figuras e símbolos que preparavam o sacrifício verdadeiro, aquele que o Homem-Deus, Soberano Sacerdote da Nova Lei, devia oferecer para glorificar a Deus e salvar os seus irmãos. Mas Deus tem direito a homenagens infinitas. Para lhas tributar e reparar a ofensa feita a Deus pelo pecado, era necessário um sacrifício de valor moral infinito. Para que assim fosse, Jesus, nosso Soberano Sacerdote, quis ser não apenas o SACRIFICADOR, mas também a VÍTIMA. Assim, sob este duplo aspecto (de sacrificador e vítima ao mesmo tempo) o Sacrifício por Ele oferecido teria verdadeiramente um valor infinito, porque a dignidade dum sacrifício depende da dignidade da pessoa que o oferece e da vítima que é oferecida. Ora, Jesus, sacerdote e vítima, não é outrem senão o Homem-Deus, isto é, uma pessoa infinita porque divina.
   Vamos, se Deus quiser, compreender tudo isto melhor ainda, meditando sucessivamente, nas postagens seguintes, os três grandes atos que constituem este sacrifício de um valor infinito, isto é, falaremos da OBLAÇÃO: Jesus se oferece como Vítima; em outra postagem, falaremos da IMOLAÇÃO: Jesus se imola como Vítima; e finalmente em outra postagem, falaremos da CONSUMAÇÃO ou COMUNHÃO: Jesus ressuscita, sobe aos Céu e lá está sempre vivo a interceder por nós; pelos sacramentos e especialmente pela Eucaristia, Jesus faz-nos participantes dos seus pensamentos, dos seus sentimentos e virtudes. Há também a comunhão espiritual que perpetua os efeitos da comunhão sacramental.

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