segunda-feira, 25 de julho de 2011

A ÚLTIMA CEIA FOI UM VERDADEIRO SACRIFÍCIO

   É o que ensina o Concílio de Trento: "Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, ainda que devesse oferecer-se uma vez ao Pai, morrendo no altar da Cruz, para operar nela a Redenção eterna, contudo... para deixar à sua amada esposa, a Igreja, um sacrifício visível, tal qual a natureza humana o requer... na última Ceia, na mesma noite em que se entregou, declarando-se para a eternidade sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e o seu sangue, sob as espécies do pão e do vinho; e sob os símbolos destes mesmos objetos (pão e vinho) deu-os aos seus apóstolos, que Ele estabelecia então sacerdotes do Novo Testamento, e por estas palavras: "Fazei isto em memória de mim" ordenou-lhes, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que os oferecessem como a Igreja católica sempre entendeu e ensinou".
   Que a Ceia foi um verdadeiro sacrifício também se depreende da narrativa do Evangelho. O santo evangelista mostra a Ceia como uma sucessora do banquete pascal e também como uma substituta dele. O Cordeiro que os judeus imolavam não era mais do que um símbolo do verdadeiro Cordeiro de Deus que vinha imolar-se para apagar os pecados do mundo. É verdade que só no dia seguinte é que este cordeiro havia de ser imolado de modo sangrento na Cruz. Guardemos bem este princípio: Para Deus o que mais importa não é o modo ( sangrento ou não sangrento, embora para nós isto é o que impressiona); para Deus, repito, ao Seus olhos o que tem mais valor são os sentimentos  de amor filial e de religião profunda que levaram Jesus a aceitar um tal sacrifício pela glória do Pai. E é na Ceia que Jesus se oferece como VÍTIMA ANTECIPADAMENTE VOTADA À MORTE. Daí as exprssões que mostram claramente o estado de hóstia (=vítima): "Comei, isto é o meu Corpo, que é entregue por vós"; bebei, isto é o meu sangue , que é derramado por vós" E notemos esta circunstância especial: no texto grego, os verbos estão no presente e não no futuro. É, pois, neste momento da Ceia que Jesus se oferece como vítima, aceitando livremente a morte que acontecerá só no dia seguinte. Oferece de modo ritual a imolação que no dia seguinte, se havia de realizar de modo real e sangrento. Mas doravante a sua vida já não Lhe pertence. Oferece-a pela salvação do mundo.
   É por isso que o Salvador é sacerdote segundo a ordem e o rito de Melquisedeque. Melquisedeque havia oferecido a Deus pão e vinho; Jesus, na última Ceia, oferece-se a si mesmo sob as espécies do pão e do vinho e torna-se sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, como o predissera o Salmista muitos séculos antes (Salmo CIX, 4).
   Fica provado que a Ceia é um Sacrifício verdadeiro e, como a Missa é a reprodução da última Ceia provaremos que a Missa é também um verdadeiro sacrifício. Podemos dizer com toda propriedade: Assim como a Ceia foi um verdadeiro sacrifìcio, porque Jesus mesmo se ofercia como vítima que havia de ser imolada no dia seguinte; assim devemos dizer que a Missa  é um verdadeiro Sacrifício porque o mesmo Jesus renova a oblação, isto é, se oferece como vítima já imolada no Calvário. Como dissemos o que Deus Pai olha   acima de  tudo  é o oferecimento que o seu Divino Filho faz de si mesmo como Vítima por amor a Ele para salvação da humanidade.

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