terça-feira, 26 de julho de 2011

A SANTA MISSA: Pergunta e Resposta

-PERGUNTA: O SACRIFÍCIO DA CRUZ FOI PERFEITÍSSIMO, DE VALOR INFINITO E, POIS, ALCANÇOU REDENÇÃO ETERNA. ENTÃO, POR QUE RENOVÁ-LO PELO SACRIFÍCIO DA CRUZ?
- RESPOSTA: NÃO HÁ NENHUMA DÚVIDA QUE O SACRIFÍCIO DA CRUZ FOI PERFEITÍSSIMO E QUE ALCANÇOU REDENÇÃO ETERNA: MAS O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA NÃO É CELEBRADO PARA DAR A REDENÇÃO.

   Para compreedermos melhor esta questão devemos ver, de um lado, quais são os efeitos do Sacrifício da Cruz, e, por outro lado devemos ver quais são os efeitos do Santo Sacrifício da Missa, ou seja, qual a sua finalidade.
   Vejamos, então, em primeiro lugar, quais os efeitos da Redenção operada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
   1º - Jesus morrendo na Cruz, reconciliou-nos com Deus, porque reparou suficientemente o ultraje infinitamente grave feito a Deus por todos os pecados da Humanidade. Então a Missa não é para isto.
    2º -  Jesus morrendo na Cruz restaurou a Humanidade no plano sobrenatural, de tal modo, que os homens novamente receberam o poder de se fazerem filhos de Deus (S. João, I, 12) pela graça santificante que nos faz participantes da natureza divina (2 S. Pedro, I, 4). Não é para isto, também, que a Missa é celebrada.
    3  -  Jesus morrendo na Cruz, abriu o Céu, que para os homens estava fechado. Então, não é para isto que é celebrada a Missa.
   Então, naturalmente perguntamos o porquê da Missa. É óbvio que, se Jesus instituiu a Missa, é porque ela tem sua finalidade. É o que vamos ver agora. É necessário primeiro, dar uma explicação dos sacrifícios da Lei Antiga, pois eram símbolos ou figuras do Sacrifício da Nova Aliança: Havia duas espécies de sacrifícios: uns em que se destruía completamente a vítima reduzindo a cinzas o animal sacrificado. Eram os holocautos. E outros em que se destruía uma parte da vítima e se reservava outra parte para ser comida pelos sacerdotes e às vezes também pelo povo.
   Não só entre os judeus, como entre os pagãos, o comer aquilo que tinha sido sacrificado, oferecido a Deus, que se havia tornado assim uma coisa sagrada, era considerado como uma participação, uma comunhão, um contato mais íntimo com a divindade.
   Daí é que vem a questão da carne sacrificada aos ídolos, a qual os Apóstolos proibiram aos primeiros cristãos (Atos, XV, 29) . Em si era uma carne como outra qualquer, pois, como diz São Paulo, "Sabemos que os ídolos não são nada no mundo e que não há outro deus senão um só Deus (1 Cor. VIII, 4 ). Mas desde que o comer estas carnes era considerado um meio de unir-se ao deus a quem eram oferecidas, os cristãos deviam abster-se disto, para não parecer que queriam entrar em comunhão também com as divindades pagãs. Isto era tão abominável, que até a simples suspeita deveria ser evitada.
   Ora, Nosso senhor Jesus Cristo quis, não somente que o seu divino Sacrifício, oferecido na Cruz, tivesse o valor de perfeita expiação e servisse ao mesmo tempo como o melhor dos holocaustos que porventura se pudesse oferecer, mas ainda quis QUE TODOS PUDESSEM PARTICIPAR DE SUA CARNE E DE SEU SANGUE, OFERECIDOS A DEUS, ENTRANDO ASSIM NUMA ÍNTIMA COMUNHÃO NÃO SÓ COM UMA COISA SAGRADA OFERECIDA A DEUS, MAS COM O PRÓPRIO DEUS.
   Por isso quando Jesus disse: "A minha carne é verdadeiramente comida... Assim como o Pai, que é vivo, me enviou e eu vivo pelo Pai, assim o que me come a mim, este mesmo também viverá por mim" (S. João, VI, 56 e 58), ninguém podia no momento perceber todo alcance de suas divinas palavras, embra que todos tinham de aceitá-las, porque Ele já havia provado a sua divindade.
   Jesus sabia, com efeito, que tinha RECURSOS INFINITOS no seu divino poder para realizar, na Eucaristia, aquilo que nenhum homem no mundo seria capaz de imaginar: aquela carne que foi oferecida na Cruz, aquele Sangue que ali foi derramado para a nossa salvação, podiam ser ingeridos realmente pelos homens, iam tornar-se o alimento da nossa alma, para robustecer em nós a vida da graça.
    Aproveito para fazer um alerta: Para receber com fruto este divino alimento, já uma condição é exigida, antes de qualquer outra: A FÉ. Não aquela fé protestante que acha ter direito pelo livre exame, de interpretar as palavras de Jesus como bem entende e de ler REPRESENTA, SIMBOLIZA, onde o MESTRE, diz categoricamente: É. Mas a fé viva, que não vacila, fé com que se aceita de coração aberto e de olhos fechados tudo  o que  JESUS nos ensinou, por mais impenetrável que seja o mistério. Temos que imitar São  Pedro que mesmo não podendo entender nada disse: " Senhor, a quem iremos? Só Vós tendes palavras de vida eterna".
    Resumindo: Jesus quis salvar-nos no Calvário pelo contato da sua Carne e a aspersão do Sangue de Sua Paixão, assim também decretou continuar a pôr a sua Carne em contato com a nossa e a aspergir-nos com o seu Sangue, de modo sacramental, no Sacrifício da Missa. E isto não porque o Sacrifício da Cruz fosse ineficaz e imperfeito, não. O Sacrifício da Cruz foi perfeito e portanto difinitivo sem necessidade de se repetir. Mas faltava-lhe o ser aplicado a cada alma que vem a este mundo. Aplicado pessoalmente. Aqui se aplicam as palavras de São Paulo em Col, I, 24.
   A Missa também foi para assegurar a presença perpétua do  único e definitivo Sacrifício sangrento de Jesus na Cruz, como diz São Paulo: "Anunciar a morte do Senhor". Também para oferecer ao Pai um culto perfeito; Como vimos: para aplicar-nos a virtude da Cruz, sobretudo pela comunhão, para que vivamos por Cristo (S. João, VI, 57)
   De tudo o que foi dito fica bem esclarecido que o Sacrifício da Missa não é para suplantar ou substituir  o Sacrifício do Calvário. Pelo contrário: O Sacrifício da Missa é inteiramente dependente do Sacrifício da Cruz. Toda a realidade da Missa está em função da Cruz. A Missa só existe porque houve o Sacrifício da Cruz. O Santo Sacrifício da Missa tira toda a sua eficácia do Sacrifício da Cruz. A santa Missa está subordinada em tudo ao Sacrifício da Cruz.


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