sexta-feira, 10 de junho de 2011

EXPLICAÇÃO DA SANTA MISSA

   A Santa Missa é um mistério de Fé. Não só não vemos. Nossos sentidos percebem o contrário. Só a palavra de Jesus nos dá a garantia total. "Senhor! aumentai a minha fé". Caríssimos e amados irmãos e irmãs está faltando fé, e uma fé viva, firmíssima, inabalável. "Senhor, aumentai a minha fé!!! Havendo esta fé, agradaremos a Deus. A Santa Missa voltará a ser o Sol do Mundo, o Centro da Religião. Por ela nos santificaremos. Toda tibieza, todos os incovenientes, todos os abusos serão banidos pela fé, digamos assim,  normalmente, por si mesma. Faremos a "OBRA DE DEUS", que é a maravilha das maravilhas (cf. Salmo CX) não fraudulentamente, mas, pelo contrário, bem feita e com todos os frutos de santidade. Se na década de 60,em que eu era criança a fé já era fraca, hoje é como uma semente de mostarda mas, dividida em 50 partes; e a fé em geral, talvez seja menor do que uma destas partes.A fé, hoje, é como uma chama bruxuleante, prestes a se extinguir. "Senhor! aumentai a minha fé". Estou escrevendo esta introdução, chorando literalmente. "Senhor! aumentai a minha fé!!! São Pio, ensinai-me a celebrar a Santa Missa!!! Ensinai o nosso povo a se santificar pela verdadeira participação da Santa Missa.
Peço-lhe a gentileza de acompanhar a explicação abaixo, no Misssal Quotidiano em português.
MÉTODO PARA PARTICIPAR DA SANTA MISSA
(Extraído em parte dos escritos teológicos de Tanquerey)
   A idéia que deve presidir a tudo o mais é esta: A Santa Missa é a renovação do Sacrifício do Calvário. 
   A) PREPARAÇÃO: Antes da missa há uma preparação - outrora era a missa dos catecúmenos, ou não batizados. Era a parte de instrução. Se preparavam para receber o batismo. A Missa propriamente dita começa com o ofertório. Mas esta parte antes da Missa continua sendo uma preparação, agora dos fíèis, para a Santa Missa. Três sentimentos dominam esta parte de preparação:
   1º - PENITÊNCIA: No pé do altar o sacerdote no Salmo Judica me pede a Deus que o separe cada vez mais do homem injusto e enganador, que faça brilhar na sua alma a luz da verdade, para que possa subir ao altar e encontrar a alegria. O Confiteor é a confissão humilde dos seus pecados para obter o perdão, pela virtude do sacrifício divino. Os fiéis presentes unem-se-lhe para implorarem a misericórdia de Deus, Misereatur, Indulgentiam... Assim reconfortado, o sacerdote sobe ao altar com o povo cristão, que o acompanha em espírito, e implora, pelos méritos dos santos, a remissão das suas mais pequenas faltas, Aufer a nobis, Oramus te. Estes mesmos sentimentos, são expressos de novo no Kyrie Eleison, dirigido ás três Pessoas Divinas, pois todas elas concorrem para a sua santificação.
  2º - ADORAÇÃO E GRATIDÃO DO PECADOR PERDOADO: Estes sentimentos resplandecem no Gloria in excelsis,dirigidos às três Pessoas Divinas em união com o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Seguem-se-lhe algumas orações destinadas a fazer participar dos frutos do sacrifício. É a oração chamada "colecta".
   3º - A PALAVRA DE DEUS: A Epístola e o Evangelho põem diante dos nossos olhos a palavra de vida que ilumina e fortalece as almas. Damos-lhe uma adesão plena e completa no CREDO, expressão de fé sincera e generosa de quem quer praticar o que crê.
   Estes piedosos sentimentos não podem deixar de dispor as nossa almas para a Santa Missa.

   B - O SACRIFÍCIO: O Sacrifício própriamente dito compreende três atos:
   1º A oblação, isto é, a oferta da Vítima que é o OFERTÓRIO.
    A imolação da Vítima  que é  a     CONSAGRAÇÃO.
   A recepção da Vítima que é a  COMUNHÃO.
  
   1º O OFERTÓRIO: O sacerdote oferece em primeiro lugar a matéria do sacrifício, o pão e o vinho que aqui só  representam desde já o corpo e o sangue de Cristo. Oferece-os em expiação dos pecados do povo cristão e pela salvação do gênero humano. Mas, lembrando-se de que os fiéis são o corpo místico de Cristo, oferece-os a todos e a si mesmo em união com a vítima principal, que é Jesus. Convida os fiéis a unirem-se às suas preces: Orate, fratres. Como importa que sejamos mais de que simples espectadores desta oblação!!! Jesus, nossa cabeça e nosso Chefe, oferece-se todo; desprende-se das criaturas e de se mesmo para se dar a Deus. Cumpre-nos, portanto, participar dos seus sentimentos. Digamos com a Madre Maria de Jesus: "Conservemo-nos escondidos no divino cálice, tal como a gota de água que o sacerdote mistura com o vinho do altar, para que as nossas humildes reparações e o nosso sacrifício se misturem com o sacrifício do nosso Salvador e a Sua e a nossa oblação sejam uma só oblação".

 2º - A CONSAGRAÇÃO:  Mas antes há um anúncio e uma preparação.
   A - O PREFÁCIO: Num diálogo comovente entre o sacerdote e o povo cristão, somos convidados a levantar o nosso coração para Deus, a dar-Lhe graças pelos seus benefícios, sobretudo pelo benefício que resume todos os outros - a EUCARISTIA. Diz Santo Agostinho: "Quando ouvirdes o sacerdote dizer-vos: Sursum corda (= Levantai os vossos corações), e responderdes: Habemus ad Dominum (= Nós os temos erguidos para o Senhor), procedei de forma que a vossa resposta seja sincera e conforme à verdade das palavras de Deus. Trata-se de coisas bem reais. Seja, pois, como dizeis. Que o que a língua pronuncia a consciência não desaprove". 
  
   B - O SANCTUS: o sanctus lembra-nos que proclamar a grandeza e a santidade de Deus é o fim primordial do sacrifício.
    O  TE IGITUR mostra-nos que o fim secundário é a participação das almas na santidade divina. É por isso que pedimos por todos os grandes interesses da Igreja, pelo Papa, pelos bispos, por todo o povo cristão, particularmente por aqueles que oferecem ou por quem é oferecida a Missa, e pelos assistentes.
   O COMMUNICANTES: Como a Igreja militante está em comunhão com a Igreja triunfante, associamo-nos à Sempre Virgem Maria, que nos deu Jesus, aos santos Apóstolos, aos mártires, a todos os santos, membros insignes do Corpo Místico de Cristo, para, graças à sua intercessão, tirarmos frutos para a nossa santificação e salvação eterna.
   O HANC IGITUR OBLATIONEM: O sacerdote junta as mãos, estende-as sobre o cálice e a hóstia, oferece-se a si e aos assistentes, com a grande Vítima, para que pelos seus méritos sejamos preservados da condenação e admitidos no número dos eleitos - graça suprema que nunca será demais pedir.
 Chega o momento solene da Consagração, isto é, a TRANS-SUBSTANCIAÇÃO E A IMOLAÇÃO DA VÍTIMA.
A CONSAGRAÇÃO:  Como ensina Santo Tomás de Aquino, sendo esta uma ação própria e exclusiva do sacerdote, ele deve fazer a Consagração em voz submissa. E aqui, o sacerdote, colocando-se mais que nunca no lugar de Jesus, Soberano Pontífice, pronuncia lentamente, religiosamente, as palavras que Jesus pronunciou na última Ceia. Então, abre-se o céu, Jesus desce à terra e oculta-se sob as espécies do pão e do vinho, e ali fica em corpo, sangue, alma e divindade. O sacerdote levanta-O ao céu, oferece-O à Trindade como Hóstia pura, santa e imaculada, como o pão da vida eterna e o cálice da Salvação. O sacerdote não faz uma narração; ele empresta a Jesus suas mãos e seus lábios para fazer o que Jesus mandou: "Fazei isto em memória de mim".
   Humildemente prostrados em união com os anjos e santos que cercam o tabernáculo, os fiéis adoram silenciosamente o Verbo Encarnado, Jesus-Hóstia, e por Ele adoram, glorificam, bendizem, louvam o Deus criador e santificador, as três Pessoas Divinas. Mas oferecem-Lhe sobretudo as adorações e as homenagens da Vítima infinitamente agradável ao Pai, felizes por poderem glorificá-Lo como merece.
   Suplicam com plena confiança ao Altíssimo que se digne lançar um olhar favorável sobre esta vítima, mais santa do que as que foram oferecidas outrora pelo justo Abel, pelo patriarca Abraão, pelo sacerdote Melquisedeque, suplicam, com certeza de serem ouvidos, ao Onipotente, que se digne ordenar que esta hóstia seja levada pelas mãos do santo anjo até ao trono de Deus, para que todos aqueles que participam do sacrifício e da comunhão sejam abençoados: "Ó pão memorial da morte do Senhor, pão vivo que dá a vida ao homem, dá a minha alma a graça de viver só de Ti e de encontrar em Ti as suas delícias". ( Hino ADORO TE DEVOTE).
   O MEMENTO ETIAM: É o momento de rezar pelos mortos. Em toda missa os defuntos não são esquecidos, e pede-se a Deus que todos, em especial aqueles pelos quais a Missa é oferecida, entrem imediatamente no lugar do refrigério da luz e da paz.
   O NOBIS QUOQUE PECCATORIBUS: Como o pecado é o único obstáculo à visão de Deus, pede-se pelos pobres pecadores que todos nós somos, para que recebamos o perdão da divina misericórdia e participemos da glória dos santos
    O PER IPSUM, ET CUM IPSO ET IN IPSO:  Todas estas graças são pedidas por Jesus Cristo. É por Ele, com Ele e n'Ele que nós damos toda a honra e glória a Deus Pai, na unidade do Espírito Santo e santificador. 
   Assim temos um pálido resumo do Cânon da Missa em que Jesus se torna presente no altar e se imola misticamente. Seríamos ingratos se não nos deixássemos possuir do Seu espírito de hóstia, isto é, de vítima. Nós devemos ser também vítimas, se bem que imperfeitas, e, participando nos sofrimentos do Salvador, participaremos na sua glória. É este aliás o fim da terceira parte da Missa: a COMUNHÃO.

   - A COMUNHÃO: Também a comunhão tem uma preparação: o PATER NOSTER. o AGNUS DEI  e as outras orações seguintes.
   O PATER NOSTER: Membros do Corpo Místico de Jesus, repetimos com uma santa confiança a oração que Ele mesmo nos ensinou, a mais bela oração que existe, o Pater Noster. Unidos a Ele, cumprimos os nossos deveres de religião para com o Pai, desejando que o Seu nome seja conhecido, amado e glorificado, que o Seu reino se estabeleça em todo o mundo, que a Sua vontade se faça na terra como no céu. Com Ele, imploramos todas as graças de que necessitamos, e sobretudo o pão eucarístico, que sintetiza todos os outros dons; suplicamos que nos perdoe os pecados passados, que nos preserve das faltas que ainda pderíamos cometer no futuro e que nos dê a paz que ultrapassa toda a inteligência e que prepara a união íntima e permanente com Jesus. Tal é, com efeito, a petição do AGNUS DEI e das ORAÇÕES seguintes.
   A COMUNHÃO:  Protestando a sua indignidade, como o centurião, mas confiando na misericórdia divina, o sacerdote, e com ele o povo cristão, comungam o corpo e o sangue do Salvador, unem-se no âmago da alma a Jesus, aos seus sentimentos mais íntimos e, por Ele, ao próprio Deus, às três Pessoas da Trindade. O mistério da união está consumado: somos um só coração e uma só alma com Jesus e, com Ele, apenas um com o Pai e o Espírito Santo. Realiza-se verdadeiramente a oração de Jesus na última ceia. (Conf. S. João, XVII, 23-26). Momento delicioso este, em que o nosso coração bate em uníssimno com o Coração de Jesus! Com Ele adoramos, louvamos, bendizemos a Deus, que fez grandes coisas em nós. Adoramo-lo porque é nosso Deus, e adoramo-lo tanto mais devotamente quanto mais humildemente se oculta  e aniquila. Depois desta silenciosa adoração, ouvimos com o coração o amigo que se digna entreter-se conosco.; recolhemos com amor as mais pequeninas palavras, os mais pequeninos desejos do Bem-Amado. "Inveni quem diligit anima mea, tenui eum, nec dimittam..."(Cant.,III, 4). Parece-nos que nesse momento não podemos recusar-lhe nada, que o esforço para perseverar no bem já não nos amedronta; que não estamos sós, que aderimos a Jesus como os ramos ao tronco da videira, que recebemos d'Ele a vida e a força; que, à semelhança dos discípulos de Emaús, sentimos o coração alegrar-se enquanto Ele fala e estamos prontos a colaborar com Ele durante todo dia. Oferemos-Lhe espontaneamente toda a nossa alma. Queremos Deus, a Sua glória, a Sua vontade, ainda que exija de nós duros sacrifícios. É que Jesus vive em nós.
   E nada há de melhor do que unirmo-nos sempre aos atos de gratidão e amor da Santíssima Virgem, a mais perfeita adoradora do seu Filho. Digamos a Maria Santíssima: Senhora, já que arrebataste o coração de Jesus para no-lo dar, não deixes de arrebatar o nosso para o dares a Jesus,
    Em agosto de 2000, pela bondade e misericórdia divina, e malgrado meus deméritos, tive a alegria de celebrar a Santa Missa em Belém no local onde Jesus nasceu. Depois da consagração eu disse para Nossa Senhora: "Minha Mãe do Céu, acabo de trazer aqui o mesmo Jesus que a Senhora trouxe há 2000 mil anos atrás. Mas, eu não o poderia fazer se a Senhora não o tivesse feito antes".
   Aliás, caríssimos e amados irmãos e irmãs, tenhamos sempre em mente que a Eucaristia é o Pão de nossa Mãezinha do Céu. Escreveu Santo Agostinho: "Jesus tomou carne da carne de Maria." Santo Alberto Magno diz: "Maria nos deu a carne de sua carne, os ossos dos seus ossos, e continua a dar-nos na Eucaristia este doce e virginal manjar celeste". São Pio de Pietralciana dizia algumas vezes aos seus filhos espirituais: "Não estais vendo Nossa Senhora sempre ao lado do Sacrário? Uma vez, perguntaram a Santa Bernadette: "Você gosta mais de receber a Santa Comunhão, ou de ver Nossa Senhora na gruta?" Ela respondeu: "Que pergunta esquisita! São duas coisas que não se podem separar. Jesus e Maria estão sempre juntos!" Fizeram-lhe esta outra pergunta: "Como é que você faz para ficar tanto tempo em ação de graças depois da Comunhão?" Santa Bernadette respondeu: "Fico considerando que a Virgem Santa que me está dando o Menino Jesus. Depois o recebo. E eu lhe falo a Ele, e Ele me fala a mim".

AS ORAÇÕES FINAIS DA SANTA MISSA: Com a comunhão que nos une tão intimamente a Deus, termina os sacrifício propriamente dito. Mas assim como há uma preparação antes da Missa, também há algumas orações que lhe servem de epílogo. Estas orações são breves. Um pedido instante para que o corpo e o sangue de Jesus produzam em nós frutos estáveis. Depois o sacerdote beija o altar que representa Cristo, abençoa o povo cristão, ou antes, pede ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo que o abençoe. Guardemo-nos de pensar que as bênçãos de Deus são como as dos homens, simples votos. Não, elas são verdadeiramente eficazes: para Deus, abençoar é fazer bem.

O ÚLTIMO EVANGELHO:  É como um resumo de toda a Missa. É todo o mistério da Encarnação reproduzido e sintetizado na Eucaristia. Nada poderia concluir melhor o grande drama que é o sacrifício da missa.
     CONCLUSÃO
Quando assistirmos à Santa Missa, transpotemo-nos em espírito ao pé do Calvário, ajoelhemos humildemente junto de Maria, Mãe do Salvador e nossa mãe, supliquemos a ela que inunde a nossa alma de algum dos sentimenos que animavam a sua.





  
    

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